Ibiporã elege primeiro vereador surdo do Paraná

itaberabaalerta | 12:43 | 0 comentários

O candidato a vereador Lucas Botti (PMDB) foi o quinto mais votado em Ibiporã nas eleições do dia 7 de outubro. Com 742 votos, ele conquistou uma das nove cadeiras do legislativo municipal da cidade. A história dele poderia ser igual à de muitos candidatos de todo o país. Mas a diferença começa ainda na campanha de Botti. Todo o contato do candidato com os eleitores foi feito em Libras, a Linguagem Brasileira de Sinais. Isso porque Lucas Botti é surdo, e precisa de uma intérprete para conversar com as outras pessoas. Ele é o primeiro vereador surdo a se eleger no Paraná.

Botti nasceu com a deficiência. Ele chegou a desenvolver um pouco da fala, mas na maior parte do tempo se comunica através dos sinais feitos com as mãos. Em entrevista à RPCTV, o novo vereador disse, através de uma intérprete, quais serão as prioridades do mandato. “Eu me candidatei a vereador porque eu quero representar dentro da Câmara a comunidade especial. Primeiro, os surdos. Depois, os cegos, os deficientes intelectuais e os deficientes físicos. E também quero defender os direitos das pessoas idosas”, disse.

Mesmo sendo feita em Libras, a campanha de Botti deu resultado. Ele se mostrou surpreso com a aceitação dos eleitores. “Eu não sabia que as pessoas iriam me ajudar. Foi um susto receber tantos votos”, comentou, através de uma intérprete.

Ana Paula Botti, casada com Lucas há sete anos, contou como se sentiu quando o marido foi eleito. “Muito feliz, muito orgulhosa. Não só por ser meu marido, mas por que é um surdo vereador. Isso é algo grandioso para todas as pessoas da cidade. Ele é um representante para todos eles”, falou, em entrevista à RPCTV.

O trabalho na Câmara dos Vereadores é um desafio não só para Botti, como também para a sede do legislativo em Ibiporã. “A Câmara realmente vai ter que se preparar, vai ter que fazer algumas adaptações para atender as necessidades especiais do Lucas. Ele tem direito a um assessor, e esse assessor vai ter que ser também intérprete para que possa auxiliá-lo realmente”, avaliou a vereadora Mari de Sá, em entrevista à RPCTV.

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